Todos sabemos que quando perdemos alguém especial vivenciamos o luto. Mas por que me sinto de luto no fim do ano?

Anteriormente já falamos sobre luto diante de perdas significativas, mas aqui não nos referimos apenas à morte. Falamos sobre qualquer coisa que queremos bem e perdemos ou não conseguimos conquistar como por exemplo o fim de uma relação, demissão, sonhos não realizados e até bens materiais perdidos.

Como o luto é vivido?

Não há regras para como viver perdas, entretanto a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross ficou conhecida por descrever os momentos do luto. Não é obrigatório que as pessoas enlutadas passem necessariamente por todos os sentimentos, não há ordem para que eles aconteçam e eles podem aparecer em qualquer momento da vida. Ou seja, não há necessariamente uma cura ou fim para o luto, porém ao longo do tempo vamos experimentando sentimentos diferentes em relação ao objeto perdido.

Quando um luto é previsto – doenças terminais, por exemplo- o indivíduo pode começar a negociar, principalmente consigo mesmo e com sua fé. As frases mais comuns desse momento são: “se fulano ficar bem eu vou ser uma pessoa melhor e estarei mais próximo”, “se eu melhorar agora, prometo que cuidarei mais de mim”.

Após grandes perdas é comum que existam sentimentos de negação. É uma forma do enlutado não entrar em contato com a realidade dolorida. Expressões como “a ficha ainda não caiu“, “parece que a pessoa está viajando e já vai voltar” e “parece que é só um pesadelo” são muito comuns nesse momento. É uma defesa psíquica para “fugir” do sentimento de dor.

Também é comum sentirmos raiva de tudo, raiva de Deus, raiva dos médicos que cuidaram do doente, raiva dos chefes que te demitiram, etc. É uma sensação de injustiça que se transforma em raiva.

Também comum nos sentirmos deprimidos, os sintomas são bem semelhantes ao transtorno depressivo. Tristeza, isolamento, desesperança, são sinais muito comuns desse momento.

Por que aparecem esses sentimentos de luto no fim do ano?

Como dissemos no início do texto, não há cura ou fim para o luto, os momentos/sentimentos vem e vão com o tempo. Nas datas comemorativas é muito comum reviver por exemplo a raiva e a depressão. Estar diante de uma data que simboliza algo referente a pessoa/objeto perdido nos tráz novamente a dor da perda.

As datas comemorativas de fim de ano são muito vinculadas a afeto. É comum fazermos um balanço de nossa vida, conquistas, ganhos e perdas, somos convidados a vivenciar o luto.

Se não há cura, como podemos tratar o luto no fim do ano?

Uma vez ouvi a frase “a dor só passa se a gente sentir” e acredito que ela possa ser integralmente usada nesse momento. Não podemos lutar contra os sentimentos do luto, eles são involuntários e fugir deles pode não ser nada bom para a sua saúde mental. Não podemos minimizar perdas e dores, elas fazem parte da vida de todos os seres humanos. Todos sofrem, por coisas diferentes, mas todos enfrentam suas batalhas.

Perder alguém, acabar uma relação, perder um emprego ou ter que abrir mão de algum sonho dói sim e é preciso sentir para poder seguir.

Claro que existem lutos patológicos e esses sim precisam de tratamento. Leia mais aqui.

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