É comum os pais sentirem muito o distanciamento ou a partida dos filhos. Mas isso pode isso se tornar uma doença? A resposta é sim e ela é conhecida como “síndrome do ninho vazio“.
Talvez você não tenha ouvido falar da síndrome. Mesmo assim já pode ter sofrido com ela. Quem a conhece entende que se refere à partida dos filhos rumo à suas vidas, porém não sabem exatamente os sintomas e consequências que essa síndrome pode trazer.
O que é síndrome?
O termo “síndrome” é muito utilizado na medicina e na psicologia. Você sabe o que isso significa? Significa que uma pessoa apresenta um conjunto de sinais e sintomas que definem uma determinada patologia ou condição.
A expressão “ninho vazio” está relacionada a que?
“Ninho vazio” passou a ser usado na psicologia para se referir aos períodos em que há alterações na função dos pais na vida dos filhos. Por isso é muito associado ao momento que os filhos deixam a casa dos pais, porém esses períodos de “ninho vazio” podem ocorrer em outros que não o da partida dos filhos.
A síndrome do ninho vazio
Fazendo a ligação entre “síndrome” e o termo “ninho vazio” temos sinais e sintomas nos pais que possuem maior dificuldade de aceitação nas mudanças em seu papel de mãe ou pai, diante do amadurecimento de seu filho. Principalmente na partida dos filhos rumo à independencia. Os sintomas e sinais dessa síndrome podem ser diversos e se não cuidados com a devida atenção podem se agravar para alguma doença psíquica. Antes de entrarmos nessas questões, vamos reforçar que nos momentos de “ninho vazio” é comum e normal sentir-se triste, com saudade e até com uma certa apatia. Contudo, passa a ser um problema quando os sintomas e acabam afetando a vida do indivíduo.
Sintomas da síndrome
Nos sintomas da síndrome do ninho vazio, além da tristeza, saudades e apatia nesses casos serem muito mais acentuados, podem também aparecer outros sintomas como: fadiga crônica, falta de atenção, incapacidade de concentração, sensação de vazio, alterações de apetite e sono. Esses sintomas quando não tratados adequadamente e com a devida atenção, podem culminar em doenças psíquicas. Entre algumas podemos citar depressão, paranóia, crises de ansiedade e pânico.
A partida dos filhos
Os pais – normalmente – dedicam muitos anos à seus filhos. Além de amor, dedicam muito tempo, dinheiro e saúde. Podemos dizer que muitos pais por alguns bons anos vivem a vida em função de seus filhos. Em um primeiro momento, o do nascimento, a preocupação é em mantê-lo vivo, alimentado, limpo e descansado, são 24 horas de seu dia trabalhando nisso. Com o tempo esses trabalhos não só se mantém, como aumentam com a entrada de outras atividades como por exemplo a escola e todas as preocupações que isso envolve. Os anos vão passando, as atenções e preocupações mudando, e de repente, aquela criança/adolescente passa a ter vergonha de você ou evitar contar tudo de sua vida. É muito dolorido para os pais. Aos poucos esse afastamento e a dependência vão tornando-se cada vez menores, até que sejam quase que nulos. Nesse momento alguns pais encontram extrema dificuldade em retomarem suas vidas e voltarem a serem o centro de si mesmos. Assim o afastamento e a partida dos filhos fazem com que percam a suas razões de viver. É como se a vida perdesse o sentido.
E tem tratamento?
Deve ser horrível a sensação de vazio que deve existir nesses pais que vivem a síndrome. Além de não podermos julgá-los por essa dor, devemos dar a devida atenção à ela. Para alguns a partida dos filhos pode ser a melhor oportunidade de cuidar de si, retomar projetos e viver novas experiências. Entretanto para quem vive o momento de forma patológica a terapia pode ser o caminho mais eficaz. Quando a pessoa aceita passar por processo terapêutico começa a aceitar e cuidar de si. O sentimento da partida dos filhos normalmente é doloroso, porém com muito amor próprio pode ser a oportunidade de realizar novos sonhos.
Cuide você, faça terapia!