O que são os transtornos de personalidade? Quais são os tipos? Tem tratamento e cura? Tire essas e outras dúvidas no texto de hoje.
Dentre as doenças psiquiátricas temos os transtornos de personalidade, onde o indivíduo demonstra dificuldade na elaboração dos seus sentimentos, comportamentos e pensamentos, com muitas variações de humor.
Acredita-se que as maiores influências para os transtornos de personalidade estão relacionados a herança genética e as condições do ambiente no qual a pessoa foi criada.
Quando o transtorno de personalidade começa a se manifestar?
Os transtornos de personalidade geralmente começam a ser perceptíveis no final da adolescência ou início da idade adulta, existem alguns casos não raros que já são diagnosticados na infância. Sem o tratamento devido (com psicólogo e psiquiatra) o problema pode ter longa duração e causar muito sofrimento não só ao paciente, mas a toda sua rede de apoio.
Quais são os principais sintomas do transtorno de personalidade?
A maioria dos pacientes possuem problemas com a autoimagem, é perceptível as oscilações na autoestima, o que dificulta também os relacionamentos interpessoais.
Os sinais e sintomas podem variar conforme cada transtorno de personalidade, porém, alguns sintomas que podem ser comuns são:
- Isolamento social e/ou introspecção;
- Impulsividade, intolerância, agressividade;
- Medo de abandono e/ou necessidade de atenção;
- Perfeccionismo excessivo;
- Ansiedade e insegurança excessiva.
Muitas vezes, estas pessoas são julgadas como incoerentes, confusas e frustrantes para aqueles em volta delas (incluindo médicos). Essas pessoas podem ter dificuldade em entender os limites entre elas mesmas e os outros.
Quais as classificações dos transtornos de personalidade?
Segundo dados do DSM-5, os transtornos de personalidade são divididos em 10 tipos, sendo eles distribuídos em 3 grupos (A, B, e C), com base em características semelhantes.
O grupo A são caracterizados por parecerem estranhos ou excêntricos. Com as seguintes características:
- Paranóide: desconfiança e suspeita, pessoas com este transtorno acham que sempre estão sendo enganadas e perseguidas, podem ser consideradas desapegadas e hostis.
- Esquizóide: desinteresse em outras pessoas, são indiferentes em suas relações sociais.
- Esquizotípico: ideias e comportamentos excêntricos, podendo ter pensamentos e crenças incomuns ou consideradas bizarras.
O grupo B é caracterizado por parecerem dramáticos, emocionais ou erráticos e apresentam as seguintes características:
- Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação a seu favor, não reconhece os sentimentos e necessidades dos outros, falta empatia.
- Borderline: vazio interior, relacionamentos intensos, instáveis, com emoções explosivas, medo constante do abandono, costumam ter comportamentos autodestrutivos.
- Histriônico: busca de atenção, altamente emotivos, necessidade constante de atenção e aprovação.
- Narcisístico: autograndiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia, busca constante por admiração, sucesso, poder e beleza .
O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo, possuem as seguintes características:
- Esquivo: evitam contato interpessoal por causa de sensibilidade à rejeição, podem ser mais tímidas e isoladas socialmente, se sentem inadequadas e costumam ser extremamente sensíveis aos julgamentos negativos dos outros.
- Dependente: submissão e necessidade de ser cuidado, medo de estar sozinho, dificuldade de tomar decisões sozinho. Este tipo de personalidade está mais suscetível a relações abusivas.
- Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez, e obstinação, os obsessivos compulsivos são muito preocupados com regras e ordem, tendo a necessidade de manter o controle. Neste caso vale lembrar que não devemos confundir com o transtorno obsessivo-compulsivo, que é uma forma de transtorno de ansiedade.
E como é possível diagnosticar os transtornos de personalidade?
O diagnóstico pode não ser fácil e rápido de se firmar, exige uma boa avaliação psiquiátrica.
A partir do momento que o paciente ou alguém próximo percebe que pode haver um diagnóstico de transtorno de personalidade, junto com o psiquiatra e até mesmo com o psicólogo, vão avaliar algumas questões específicas com o paciente, começando com a percepção de como a pessoa vê a si mesma e aos outros diante da realidade em que está inserida, este primeiro contato geralmente acontece com o paciente se auto diagnosticando como ansioso ou deprimido.
Alguns padrões repetitivos podem ser avaliados pelos profissionais, é avaliado as tendências cognitivas, afetivas, interpessoais e comportamentais utilizando critérios diagnósticos específicos, o tratamento deve ser associado a terapia e medicamentos, com o tratamento adequado o paciente pode levar uma vida normal.
Quais os tratamentos para o paciente com transtorno de personalidade?
Com a ajuda dos profissionais (psicólogo e psiquiatra), o paciente pode se informar melhor sobre seu distúrbio, para maior compreensão e elaboração de estratégias para ter uma melhor qualidade de vida. É indicado além da terapia individual, as terapias em gripo também, para que o paciente possa dividir seus medos e se motivar para as mudanças necessárias para seu bem estar.
Atividade física pode ajudar a reduzir alguns sintomas dependendo do transtorno. Também é orientado evitar o uso de algumas substâncias como álcool e drogas, que podem estimular ainda mais os sintomas. Autoconhecimento através da terapia é essencial, para que o paciente aprenda a expressar suas emoções, a escrita e meditação também podem ajudar nesta caminhada.
Nosso objetivo com o tratamento é reduzir o sofrimento do paciente, com a compreensão sobre seus problemas e origens internas e externas.
E você, conhecia sobre os transtornos de personalidade?
