A síndrome de burnout é totalmente vinculada ao trabalho. Porém o esgotamento pode ter outra causa: a maternidade. Existe burnout materno?

Em inglês “Burn out” significa “queimar por inteiro”, o termo foi utilizado para nomear a síndrome do esgotamento profissional. Em 2022 foi incluído no CID 11 como doença do trabalho e não mais como doença mental.

No site do Governo Federeal a Síndrome de Burnout está definida como: “distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.” 

Nesse contexto, onde cabe o burnout materno?

Socialmente e históricamente as mulheres tinham como função ser mãe e dona de casa. Quem fugia desse padrão era mal vista. Com o tempo a mulher foi ganhando espaço de trabalho, porém não deixou de ser mãe e dona de casa. Para não perder o espaço conquistado na sociedade, foi “dando conta” de tudo. Muitos chamam-as de “super heroínas”.

Você já parou para pensar no custo psicólogico de tudo isso?

Muitas mães contam com pouca ou nenhuma rede de apoio. Têm que lidar com os desafios da maternidade e da vida pessoal sem grandes ajudas.

Esquecendo todo entorno de uma mãe, vamos focar nas dificuldades e desafios específicos da maternidade.

Na gestação já começam cobranças internas e externas sobre tudo que envolve a vida do ser que está sendo gerado.

“Será que estou fazendo mal para o meu filho?”, “Será que eu saberei educar um ser humano?”, “Estou fazendo tudo certo mesmo?” são perguntas extremamente frequentes.

Após o nascimento tudo se intensifica pela materialização desse ser que você não pode controlar em tudo. Sem contar todo o processo químico do pós parto, conhecido como puerpério.

Quando nos referirmos a mãe, nos referimos as pessoas que são as maiores responsáveis pela criança.

Nos primeiros meses de vida de um bebê é comum que a mãe passe muito tempo com a criança. A mãe acaba sendo a maior responsável pela sobrevivência daquela pessoa em desenvolvimento.

Durante os anos a mãe costuma deixar de ser essencial para sobrevivência. Entretando ainda é responsável pela educação, carinho, atenção, preocupação, cuidados básicos e muitos cuidados extras.
Ser mãe também é um trabalho, de 24 horas por dia, 7 dias por semana e sem direito a férias.

Isso não poderia gerar o citado “distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade”?

Burnout materno ainda não é reconhecido como uma doença mental ou de trabalho, todavia se encaixa perfeitamente nas classificações da síndrome de burnout.

E quais são os sintomas?

Em ambos os casos (sindrome de burnout/burnout materno) é muito comum que as pessoas se sintam esgotadas, física e emocionalmente. Ao mesmo que permanecem fixadas em todas as tarefas a serem executadas, tem a sensação que não estão dando conta/fazendo nada direito. A culpa, desânimo, irritabilidade são sentimentos quase que constantes. Além desses sentimentos há sintomas que podem acompanhar esse momento: dor de cabeça, dor no corpo, esquecimento, fadiga, tontura, choro fácil, dor de estômago, insônia, excesso de sono, dificuldade de concentração, entre outros.

E como melhorar/evitar o burnout materno?

O primeiro passo é pedir ajuda, perceber quem é/pode ser sua rede de apoio. Com isso, encontrar um tempo para cuidar de você. Conversar com outras mães pode ajudar muito! Hoje existem grupos de mães que compartilham experiências.
Buscar ter tempo para fazer coisas que dão prazer, com e sem o(s) filho(s). Ter amigos fora de seu ciclo de maternidade, focar em outros assuntos também é importante.
Se acolher, entender que é difícil sim ser mãe. Que tantas responsabilidades esgotam sim.
Lembrar que além de mãe ainda existe uma pessoa que têm seus gostos e preferências.
E principalmente ser mais gentil com você mesmo, ninguém é perfeito. Ninguém da conta de tudo. Todo mundo erra.

Em casos onde o burnout já foi desenvolvido é necessário acompanhamento psicológico e em alguns casos é necessária medicação em acompanhamento psiquiátrico.

E não se esqueça que psicoterapia sempre é uma forma de se amar e se cuidar. Quer começar a terapia? Clique aqui e agende sua sessão.

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