Vamos entender mais as características e tratamentos adequados referente ao transtorno do espectro autista.
O que é Transtorno do Espectro Autista???

É um transtorno que acumula desordens do desenvolvimento neurológico que se apresentam desde o nascimento ou início da infância.
Essas desordens, de acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) estão ligadas a:
– Deficiência na interação ou comunicação social;
– Padrões restritos e repetitivos, como por exemplo: movimentos contínuos, interesses fixos;
– Hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.

Todos as pessoas que estão no espectro autista apresentam algum grau de comprometimento nessas áreas.

No CID 11 (Classificação Internacional de Doenças), em 2022 houve alteração na classificação do Transtorno de Espectro Autista que passou a englobar outros transtornos como a síndrome de asperger, o transtorno degenerativo da infância e mais alguns. Sendo assim, quem antes possuia algum desses diagnósticos, hoje é considerado portador do Transtorno do Espectro Autista.

Como é classificado o Transtorno do Espectro Autista?

O TEA pode se apresentar como Nível 1 (Leve), Nível 2 (Moderado), Nível 3 (Grave), os graus são classificados de acordo com  nível de apoio que a pessoa portadora do transtorno precisa.

Por falta de conhecimento, muitas vezes quando se fala de autismo nos vem a mente as pessoas com nível 3: não verbais (não falam ou tem um vocabulário restrito), apresentam movimentos repetitivos e são dependentes, tendo pouca autonomia. Podem apresentar algumas restrições alimentares, aceitando somente alguns tipos de alimentos.

Porém, o Transtorno do Espectro Autista vai muito além e quem apresenta o nivel 2 de comprometimento consegue se comunicar e tem mais independência. Porém, ainda precisa de ajuda para executar algumas tarefas. São pessoas que possuem dificuldades em manter assuntos por longo período e preferem falar apenas de assuntos de seu interesse. Costumam apresentar dificuldade de olhar nos olhos, compreender sentimentos, compreender metáforas e manter relações sociais.

O nível 1, considerado o mais leve é o que vem gerando grande atenção da mídia. Porque é um nível onde existe independência, comunicação, a pessoa é capaz de estabelecer relações sociais e de afeto. Então, quais as características de quem possui o transtorno do espectro autista leve?
Muitas vezes elas podem ser confundidas com características de personalidade, por isso o diagnóstico é mais difícil e vem sendo cada vez mais abordado. As características desse nível são:
– Apesar de conseguirem se socializar, isso exige muito esforço e por isso normalmente gostam de trabalhar sozinhos ao invés de grupo/par;
– Tem dificuldade de nomear os sentimentos e identificá-los nos outros;
– Quando há algum interesse, a pessoa fica hiperfocada no tema.
– Sensibilidade sensorial, preferem locais com luzes baixas, silêncio e pouco movimento. Quando expostas a situações contrárias sentem-se esgotados e com dificuldade de assimilar todas as informações.
– Dificuldade em compreender metáforas.
– Dificuldade em criar imaginações, por exemplo: ler um livro e ter dificuldade de imaginar como seria algum personagem.
– Muita dificuldade em lidar com o inesperado, mudanças de rotina, etc.
– Manias e/ou comportamentos repetitivos.

Para ser diagnosticada com TEA a pessoa NÃO precisa apresentar todas essas características. Por isso, quando há desconfiança do quadro é necessário buscar um especialista.

Quem pode me dar o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista?

Sempre recomendamos a busca de neuropsicólogos ou clínicas especializadas. Para o ter o resultado é necessário entrevista com quem tem a suspeita, com familiares/rede de apoio, além de aplicação de testes específicos.

Existe cura para o autismo? E qual o tratamento adequado?

Por ser considerado um transtorno mental, não há cura. Existem diversos tratamentos específicos para autismo que podem trazer evoluções. Não há regras para o tratamento, pois é muito individual e depende das características mais presentes em cada um. É comum que o tratamento seja multidisciplinar, ou seja, com mais de uma especialidade: psiquiatra/neurologista, psicólogo/neuropsicólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional e nos casos de maior, comprometimento pode ser necessário acompanhamento de nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, entre outros.

Não se autodisgnostique, busque ajuda!

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