Transtorno de personalidade dependente ou amor? Quando o apego a alguém pode se tornar patológico? Explicaremos melhor no texto hoje.
Qualquer um pode desenvolver aquele apego excessivo às relações (amorosas, familiares, de amizade), porém, algumas pessoas podem passar do ponto e desenvolver o transtorno de personalidade dependente (TPD), que é um transtorno caracterizado pela carência elevada.
Neste tipo de transtorno, a pessoa tem a necessidade de ser cuidado e validado pelas pessoas do seu convívio, com sinais de comportamento submisso, dificuldade para tomar decisões sozinho e ansiedade de separação.
Como costuma se comportar uma pessoa com o transtorno de personalidade dependente (TPD)?
As pessoas com dependência emocional não conseguem ficar sozinhas, com a necessidade de estar em relações, seja de amizade, familiar ou afetiva/romântica. A pessoa com transtorno de personalidade dependente (TPD) permite que as demais controlem seus comportamentos e até mesmo seus objetivos de vida.
Em diversos contextos da vida adulta podemos perceber este padrão de comportamento. É normal “darmos ouvidos” a opinião das pessoas mais próximas, procurarmos conselhos com quem confiamos, porém, o principal sinal de alguém com dependência emocional é a passividade que a pessoa tem diante da sua própria vida, não toma iniciativas e decisões sobre nada (onde ir, qual faculdade fazer, com o que trabalhar, quais tipos de amigos gostaria de ter…).
Outro sinal claro do transtorno de personalidade dependente (TPD) é a busca constante por validação em situações simples do dia a dia, este padrão pode inclusive atrapalhar as diversas relações, pois a pessoa não consegue se virar sozinha e busca pelos cuidados constantes do outro.
Existem causas ou fatores de risco para o transtorno?
Ainda não há muitos estudos a respeito, não se pode afirmar que existe uma causa específica para o transtorno, porém existem alguns fatores de risco que podem ajudar a desenvolver a dependência, como a falta de desenvolvimento do apego na infância, o histórico de ansiedade de separação na infância (falaremos mais a respeito em outro texto) e doenças crônicas na infância e adolescência. Fatores culturais também podem influenciar o desenvolvimento do transtorno de personalidade dependente (TPD).
E quais são os sinais e sintomas mais comuns na pessoa que tem o transtorno de personalidade dependente (TPD)?
- Precisa de alguém para manter seu próprio equilíbrio emocional;
- Insegurança, tendo dificuldade em confiar na própria capacidade de tomadas de decisão;
- Pede a opinião do outro com frequência, tanto em assuntos sérios quanto nas tarefas mais simples do dia a dia;
- Busca a validação do outro sempre que tenta tomar alguma decisão;
- Imagina que os outros sabem o que é melhor para si;
- Dificuldade em expor a própria opinião ou de discordar do outro por medo de perder;
- Sentimento de desamparo quando se encontra sozinho;
- Medo exagerado (e irreal) sobre ser incapaz de cuidar de si;
- Se coloca em situações desagradáveis ou prejudiciais somente para ter a aprovação ou apoio do outro;
- Busca constante por relações íntimas, se uma relação acaba, logo busca outra e se torna dependente.
Como receber o diagnóstico e qual o tratamento ideal para o transtorno ?
Sintomas de ansiedade ou depressão podem ser confundidos, dificultando o diagnóstico do transtorno de personalidade dependente ( TPD).
A terapia é fundamental e pode ser feita individualmente ou em grupo. Através da terapia a pessoa passa a identificar quais suas percepções distorcidas sobre si, sobre o outro e sobre o mundo, modificando algumas destas percepções para questões mais realistas, aos poucos percebendo que precisa menos das validações do outro, passando a ter mais autonomia sobre si e suas decisões.
É importante ressaltar que não existe uma medicação específica para o TPD, porém tratar em conjunto a ansiedade e a depressão é imprescindível, e por este motivo é importante a avaliação psiquiátrica para possível tratamento medicamentoso, podendo aliviar os sintomas do transtorno de personalidade dependente (TPD).
A pessoa com TPD não percebe sobre sua dependência, não é consciente, por isso é importante que as pessoas mais próximas observem os sinais, não vamos generalizar, mas cabe uma conversa e uma avaliação junto a um profissional, portanto, se você percebe alguém com este tipo de personalidade, pontue e incentive a buscar ajuda.
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