Suicídio: aproveitando o mês de setembro, no qual é celebrada a campanha de prevenção ao suicídio, traremos mais informações sobre o assunto.

Anteriormente escrevemos aqui sobre a relação do suicídio como setembro amarelo. Hoje vamos abordar mais aspectos do suicídio.

Suicídio como um assunto de saúde pública.
O termo suicídio tem origem etimologicamente do latim sui (si mesmo) e cídio (ação de matar) que está associada à morte intencional auto-infligida.
No manual da Classificação Internacional de Doenças (CID), a ideação suicida é classificada como um sintoma de transtornos mentais, incluindo depressão, transtornos de ansiedade e transtornos psicóticos.
Este assunto deveria ser tratado como questão de saúde púlica, afinal, segundo a OMS (organização mundial da saúde) anualmente mais de 700 mil pessoas cometem suicídio, o que significa 1 a cada 100 mortes registradas.
Ainda existe o estigma e o tabu relacionados ao assunto, durante séculos, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio era considerado um grande “pecado”, e por esta razão, ainda existe muito medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública. 
O mês de setembro é evidenciado para a prevenção, através de campanhas que incentivam o cuidado com a saúde mental.
 
Quando se fala em suicídio, você saberia como ajudar na prevenção de alguém próximo de você que sofra de questões mentais mais graves? 
 
Comportamento suicida engloba um espectro de comportamentos. Ideação suicida refere-se ao processo de pensar, considerar ou planejar o suicídio.
Como rede de apoio (que engloba família, amigos, profissionais das escolas), é importante um olhar empático, olhando para a pessoa como um todo, identificando primeiro se existem questões mais graves de saúde mental, como depressão mais severa, crises mais graves de ansiedade.
 
Sabemos que não é uma tarefa fácil, mesmo quando existe a ideação, trabalhamos sempre com a prevenção, as melhores formas de ajudar, orientar, ouvir, acolher, podemos previnir mas não temos como prever exatamente os comportamentos do outro, por isso ter empatia e observar com um olhar mais atento é importante nestes momentos.
Existe uma idade em que as pessoas cometam suicídio?
Não existe uma idade padrão para ideação ou o suicidio em si, pode acometer todas as idades (desde crianças a idosos), podendo inclusive iniciar com comportamentos de automutilação onde a pessoa se machuca como forma de aliviar suas dores internas, algumas pessoas não falam explicitamente sobre sua ideação mas dão sinais através de seus comportamentos.
Questões culturais, psicossociais, ambientais e genéticas (em casos de transtronos mentais em outros membros da família) também podem influenciar nos comportamentos suicidas, bem como famílias disfuncionais, pobreza extrema, conflitos constantes, abusos, uso abusivo de substâncias, violência física e psicológica também podem ser influencia para estes comportamentos. 
Um dos fatores de risco mais comuns, e remediáveis, para o suicídio é a depressão.
Entre as crianças e os adolescentes, a questão do bullying pode influenciar na ideação suicida, bem como não saberem lidar com frustrações e mudanças físicas e psíquicas que acontecem nesta transição (infância x adolescência). 
Condições físicas graves, sobretudo as dores crônicas, contribuem para cerca de 20% dos suicídios entre pacientes idosos. Os efeitos psicológicos da incapacidade, da dor ou de um diagnóstico recente de uma doença grave também podem aumentar o risco de suicídio.
 
Qual o tratamento para um paciente potencialmente suicida?
 
O tratamento mais adequado é através da terapia com psicólogo, avaliação psiquiátrica para introduzir medicações antidepressivas que controlem as impulsividades.
Em algumas situações, a internação é importante até que o paciente saia da crise e consiga retomar seu tratamento convencional.
Grupos de apoio podem ajudar bastante a dividir suas dores com pessoas que passam por questões parecidas, assim como atividades físicas, controle alimentar, controle do sono,  criar uma rotina nova, buscar atividades leves e prazerosas, o apoio familiar e de toda a rede de apoio.
Dentro da terapia, a única quebra de sigilo entre profissional e paciente, é justamente quando avaliamos o risco ou a ideação suicida, nestes casos é importante seguir o tratamento em conjunto com o psiquiatra e com a família ou rede de apoio próxima do paciente.
 
Como procurar ajuda “imediata”?
 
A prevenção é focada na escuta e não no julgamento da pessoa que está tendo pensamentos ruins.
O CVV – Centro de Valorização da Vida, atende pessoas que precisem conversar, oferecendo apoio emocional, a fim de prevenir o suicídio, atuam de maneira gratuita e 24hs, atendendo por chat online, e-mail ou telefone todos os dias. 
 
BUSQUE AJUDA, VOCÊ NÃO PRECISA PASSAR POR TUDO SOZINHO.
 

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