Amor é uma palavra abstrata – não é possível definí-la com exatidão. Por isso, hoje falaremos sobre a visão da psicanálise sobre o tema.
No dia 14 de fevereiro é comemorado o dia mundial do amor e não poderíamos deixar de trazer o assunto na visão da psicanálise, afinal…
“Consideramos justa toda forma de amor.” Lulu Santos
O que você entende por amor? No senso comum geralmente entendemos como um sentimento de carinho e afeto que se desenvolvem entre indivíduos que possuem a capacidade de o demonstrar. Pode ser definido como um sentimento além do gostar, é um estado psicológico de proximidade, fascinação, exclusividade, desejo sexual e uma preocupação intensa com o seu par.
Para a psicanálise, o “tipo” de amor vai depender da intenção do sujeito, sua motivação, e pode variar entre o amor próprio, o fraterno e o platônico.
- Próprio = direcionado a si, ao ego, fala muito sobre autoestima, sobre amar a própria companhia.
- Fraterno = amor de irmãos, de amigos próximos, estes acontecem com a construção familiar e social.
- Platônico = este muitas vezes traz sofrimento, por não ser um amor real ou retribuído.
Para Freud, temos nosso primeiro objeto de amor na relação entre mãe e bebê. É através da atenção, dedicação, carinho e amor que é passado pela mãe (ou quem faz o papel materno) que a criança assimila o significado do sentimento e daí surgem suas primeiras experiências para classificar e “catalogar” as demais que virão.
Ainda em alguns estudos sobre o assunto dentro da psicanálise é comentado sobre o amor ser uma busca por si mesmo, como se estivéssemos numa busca interna por meio de transformações neste sentimento.
Nos dias atuais como são os pensamentos?
Alguns autores afirmam que para nos sentirmos amados e valorizados, devemos observar as linguagens do amor, tanto em nós, quanto em nossos parceiros.
Algumas pessoas necessitam de palavras que afirmem o sentimento do outro, com elogios, reforços positivos, palavras de afeto, já outros se sentem amados quando o parceiro é companheiro, vive momentos especiais juntos, tem tempo de qualidade. Outras pessoas gostam de demonstrar o sentimento presenteando, e não com presentes materiais caros, muitas vezes demonstram com
uma flor colhida do jardim.
Sobre Bauman e os amores líquidos
O sociólogo Zygmunt Bauman fala sobre os amores líquidos que são vivenciados nos dias de hoje, o autor afirma que existe uma nova época em que as relações são frágeis, fugazes, superficiais, descartáveis, como amores líquidos, que só duram enquanto trazem satisfações para um dos lados, sem comprometimento, avaliados por “quantidade” e não “qualidade”.