Transtorno da Personalidade Antissocial (TPAS) – entenda

Quando se fala em pessoa antissocial, no senso comum imaginamos pessoas que não gostam muito de socializar, pessoas tímidas, reservadas ou introvertidas, mas, bem diferente desta percepção, existe o Transtorno da Personalidade Antissocial, vamos falar sobre ele?

Também conhecido como sociopatia, pessoas que sofrem desse transtorno possuem um padrão de comportamento que desrespeita e viola os direitos dos outros. Essa falta de interesse e empatia com o bem-estar de outras pessoas pode trazer prejuízos ao indivíduo, são pessoas que tomam atitudes impulsivas e irresponsáveis, podendo cometer inclusive atos ilegais. O Transtorno de Personalidade Antissocial acontece já na vida adulta do indivíduo e é mais comum ser diagnosticado em homens. A maioria destes pacientes apresentam uma tendência ao uso de substâncias ilícitas (drogas, álcool). 

É um transtorno que costuma dar sinais já na época da adolescência, com comportamentos mais agressivos, que neste período são chamados de Transtornos de Conduta, porém o diagnóstico só pode ser levado em consideração após uma avaliação médica (com psiquiatra) em conjunto com a psicologia após os 18 anos destes jovens.

Existem alguns critérios para o diagnóstico, e no geral para ser diagnosticado o paciente precisa ter ao menos 3 destes critérios:

• impulsividade ou incapacidade de seguir regras;

• incapacidade de aceitação a normas sociais;

• ausência de culpa ou remorso;

• agressividade, irritabilidade;

• enganar, mentir, manipular e ludibriar outros com o intuito de ter ganhos pessoais;

• irresponsabilidade com a própria segurança e de outros;

• incapacidade de se manter em empregos e de honrar compromissos financeiros.

Muitos estudos já foram realizados, mas ainda não se sabe ao certo quais são os fatores que causam o Transtorno da Personalidade Antissocial, porém há indícios de que a genética esteja envolvida no desenvolvimento da doença.

Outra causa provável é relacionada ao ambiente em que o indivíduo viveu durante a infância, a falta de estrutura familiar, condições econômicas muito ruins, vítimas de abusos sexuais podem ser mais propensas a desenvolverem o transtorno na vida adulta, assim como crianças que conviveram com pais alcoólatras, violentos ou também antissociais.

Estes indivíduos costumam ser mentirosos, manipulam situações em prol de proveitos pessoais, são pessoas que não conseguem distinguir o que é certo ou errado, e por este motivo também não conseguem ter sensibilidade sobre os sentimentos dos outros. Arrogância e senso de superioridade também são comuns, não há respeito, violam o diretos das outras pessoas, podendo levar até a atos criminosos sem culpas ou remosos.  Pessoas com o Transtorno de Personalidade Antissocial são desonestos, impulsivos, não conseguem seguir planos de forma saudável, a agressividade também é comum, se irritam com facilidade, o que faz com que tenham somente relacionamentos superficiais. Críticas jamais serão levadas em consideração, mesmo as construtivas, pois são incapazes de aprender com os próprios erros, isto acarreta também na falta de responsabilidade financeira e incapacidade de se manter em um emprego.

Não existe cura para o Transtorno da Personalidade Antissocial, mas o tratamento pode ajudar o paciente a conviver com seus sintomas. 

A psicoterapia é essencial para trabalhar o paciente sobre seu entendimento com relação aos sentimentos de outras pessoas. Além da terapia, é imprescindível o acompanhamento psiquiátrico, pois se faz necessário complementar o tratamento com fármacos para controle da ansiedade e depressão, já que não existem remédios específicos para o Transtorno da Personalidade Antissocial em si. Em alguns casos é necessário recorrer a internação, não é uma decisão fácil, e deve ser avaliada pela rede de apoio desta pessoa, um tratamento ou uma internação nunca é o caminho, pois a pessoa precisa entender que está doente e precisa de tratamento adequado. É importante fazer com que o paciente reflita sobre os prejuízos que a doença traz. Esta decisão pode ser tomada com a ajuda do psiquiatra e do psicólogo, ainda existe um tabu sobre internação psiquiátrica, porém é importante reforçar que hoje em dia a internação é muito mais humanizada, existem hospitais com estrutura completa de clínica, área verde, acompanhamento multiprofissional, opções de lazer com atividades físicas e socialização.

Sabemos a dificuldade de pessoas próximas lidarem com os antissociais, por isso vale lembrar que a rede de apoio também precisa de acompanhamento psicoterapêutico.  A terapia pode ajudar a desenvolver estratégias e habilidades para lidar com o ente querido. A rede de apoio costuma sentir que vive uma rotina exaustiva, que pode o desmotivar em determinadas situações. Esse tipo de desordem (Transtorno da Personalidade Antissocial) pode trazer graves consequências tanto para o paciente quanto para quem convive com ele, não desista e busque ajuda profissional.

 

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