A somatização pode acontecer com qualquer pessoa. Você sabe como isso acontece e como pode afetar a sua vida cotidiana?
Você já deve ter se perguntado qual a influência da nossa mente sobre nossa saúde física e nosso corpo. Isso acontece por conta da somatização. É exatamente isso que a psicossomática estuda.
Será que TODA doença tem um fundo emocional?
Existem muitos estudos que defendem ou que julgam esta ideia, mas podemos dizer que seria um tanto quanto exagerado achar que toda vez que ficamos doentes a nossa mente é a responsável.
No senso comum, somatização é quando nossa mente se manifesta através de dores ou doenças no organismo. A psicossomatização está diretamente relacionada a somatização, compreendendo o ser humano como uma fusão entre mente e corpo.
Em alguns pacientes podemos identificar doenças que estão inteiramente ligadas ao lado emocional, como alguns tipos de labirintite, enxaquecas, dermatites, asma, febres, ATM (aquele famoso incomodo na mandíbula), pressão alta, fibromialgia, entre tantos outros.
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Demandas emocionais que não conseguimos lidar psiquicamente podem ser somatizadas e o corpo manifesta este incômodo emocional de alguma forma, externalizando em forma de doenças ou alterações físicas. Pessoas que tendem a ter emoções mais negativas, como crises de ansiedade graves, humor muito deprimido, que sempre estão preocupadas ou estressadas, que guardam muito rancor ou raiva, geralmente mais negativas e pessimistas, podem ter seu sistema imunológico abalados, mais fragilizados, debilitando a produção de alguns hormônios em nosso organismo, a ponto de adoecer.
Por outro lado, podem existir pessoas positivas, que façam seus checkups físicos, que mantém o autoconhecimento através da terapia, e mesmo assim podem ser acometidas por doenças mais graves que abalam diretamente o emocional e psicológico.
Quando falamos que o paciente esta “somatizando” sintomas físicos, mesmo não havendo uma doença em si, estamos afirmando que as causas de alguns destes sintomas seriam emocionais, como por exemplo um paciente que sente o coração disparado, formigamento pelo corpo, sufocação, muitos pensam que podem estar enfartando, correm ao hospital, fazem diversos exames, e descobrem que na verdade podem estar passando por um pico muito alto de ansiedade ou até de pânico, já que os exames não acusam nada físico.
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Dizemos então que algumas pessoas somatizam sintomas e esta somatização pode se tornar uma “doença psicossomática”, onde existe uma doença física que pode se agravar dependendo de como está o psicológico do paciente.
Pessoas que tem maior dificuldade em expressar seus sentimentos podem com o tempo passar por sofrimento emocional, o que o debilita como um todo.
Por que isso acontece?
Quando estamos sob stress a nossa produção de serotonina, noradrenalina, endorfina, entre outros hormônios que são bons para a nossa saúde física e mental, é afetada acarretando na diminuição de produção.
Assim como hormônios que quando elevados prejudicam nossa saúde (exemplo, o cortisol e a adrenalina) podem trazer alterações físicas as vezes imperceptíveis.
Estudos comprovam que essas alterações a longo prazo podem acarretar em doenças crônicas como a pressão alta, enxaqueca, asma, gastrite, entre outras.
Como evitar a somatização?
A terapia pode te ajudar a identificar quais sintomas podem estar surgindo por conta de questões emocionais, somatizando em seu organismo, o trabalho em conjunto com o atendimento médico é imprescindível, visto que existe a necessidade, em alguns casos, de exames físicos para descartar possíveis doenças.
Na terapia, vamos trabalhar para identificar quais situações são significativas e podem ser a origem das somatizações.
Devemos lembrar ainda que a questão genética pode fazer muito sentido na questão somática e psicossomática do paciente, se ele já tem pré-disposição na família para algum problema físico, seu emocional abalado ou fragilizado pode potencializar a doença, é sempre importante buscar ajuda médica convencional além da terapia.
“A medicina tem limites para o tratamento de uma doença, mas não tem limites para o tratamento dos sofrimentos.” (Dra. Ana Claudia Quintana Arantes)